sábado, 2 de maio de 2015

A vida é cheia de curvas

HÁBITOS TÊM RAÍZES

As duas razões pelas quais criamos hábitos e temos dificuldade para mudá-los são a economia de energia e especialização. Quando fazemos algo por hábito - como jornal durante o café, ou ainda organizar a mesa de trabalho, ir de um lugar a outro pelos mesmos lugares, vestir-se e comer obedecendo a um padrão -, fazemos com facilidade, e quase não dispendemos energia. Aliás, economizar energia é um instinto muito forte, pois repor energia depende de comer, e nosso ancestral tinha dificuldade de encontrar alimento, tinha de caçar. O supermercado é uma invenção recentíssima, lembre. Por isso, hábitos salvaram vidas. 

Além disso, quanto mais fazemos algo repetidamente, melhor o fazermos. A repetição é a base da especialização. Esse é o lado bom dos hábitos. O problema é quando temos de fazer diferente algo que já fazíamos com naturalidade e cada vez melhor.

Se você está acostumado com um computador padrão PC, o que sente quando term de digitar algo em um Mac, ou vice-versa? "É certeza que há algo de errado neste computador..."

Quer algo mais simples? Cruze os braços. Cruzou? O braço direito está sobre o esquerdo ou ao contrário? Não importa como você cruza os braços, saiba que não há um jeito certo e um errado. Há apenas o seu jeito. Ok, agora descruze e cruze de novo invertendo os braços.

Você consegue, pois pensa um pouquinho, racionaliza e pronto. Não é tão difícil assim. Mas que parece estranho, parece, confesse. Você cruza o braço direito sobre o esquerdo desde que se conhece por gente, e agora venho eu e peço que você inverta essa prática. Que mude um hábito. Tenha paciência...

Pois o mesmo vale para mudar os hábitos alimentares, para começar a fazer ginástica, para ter mais disciplina, para aprender a ouvir as pessoas, para dormir mais cedo, para cultivar a leitura e, para todo o imenso leque de hábitos que fazem parte de uma vida normal.

Por mais enraizados que os hábitos estejam, sempre é possível revê-los, dimensioná-los, qualificá-los e, se necessário, mudá-los. Só depende de duas palavrinhas mágicas: vontade e disciplina.

Fonte: Trecho do Livro A vida é cheia de curvas - Uma reflexão sobre as mudanças e a importância delas - Autor Eugenio Mussak - Editora Abril, página 171.


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