segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

HERÓIS OU BANDIDOS?

Está ocorrendo, em escala nacional, uma valorização do delito, uma apologia do crime preocupante para nossos foros de país civilizado, de adepto ao Estado Democrático de Direito, de respeitador das leis que acatadas definem direitos e deveres e a punição para os recalcitrantes e insubmissos. Trata-se da glorificação de criminosos, com pena transitada em julgado, com o nome lançado no rol dos culpados, justamente aqueles que exercem importantes funções públicas ou privadas no país, conceituados por "companheiros e companheiras", como heróis da Pátria, que são saudados como exemplos para os mais jovens, ovacionados quando aparecem em público e aplaudidos pelos militantes de várias agremiações políticas e que só não estão dando entrevistas às emissoras de rádio e televisão porque impedidos pelas normas que regulam a liberdade sob condições. Acusados de crimes do colarinho branco, denominações que indicam o peculado, a extorsão, a propina, o suborno e a chantagem, a lavagem de dinheiro e fraudes correlatas  cometidas por agentes ou gestores públicos, desta forma, terminarão nas páginas da História do Brasil como beneméritos da nacionalidade.

A corrupção desenfreada que tomou que tomou conta do país nesta última década se banalizou a tal ponto,que ser chamado de LADRÃO, nas colunas da imprensa ou nas tribunas das Casas de Lei se tornou uma pequena ofensa, sequer merecedora de reparos e muito  menos de esclarecimento. Não existem mais limites para o desvio de recursos públicos e escândalos em série já não motivam a população que vai se acostumando a uma situação inacreditável onde um procura roubar mais que o outro. Os setores de repressão aos crimes funcionam, mas não têm competência para finalizar e chefes e subalternos amealham fortunas, aqui e no exterior e muito pouco volta para o cofre dilapidado. 

Ser acusado de desviar recursos, participar de esquemas bilionários se tornou um privilégio para os ungidos pelas urnas a ser corrupto é indicativo de esperteza e sabedoria. Fica bem claro o pensamento do bando que assalta o páis, com a frase de um deles, quando estouro do "mensalão" ao declarar que "ainda vamos dar risadas de tudo isso". Já estão, todos eles, rindo. 

Vamos ver como termina o escândalo dos bilhões da Petrobrás e quantos irão para trás das grades com sentenças proporcionais às verbas manejadas. Um ladrãozinho de loja ou assaltante de estrada pega logo 20 anos, em regime fechado, sem direito a "progressões" e regalias. Ministros, deputados e diretores de petrolífera nem tanto...

Fonte: Reis de Souza - Notas do Repórter / Jornal Alto Madeira




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