segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Divórcio e saúde emocional dos filhos

É inegável que a separação é um momento de crise, de mudança que abala a dinâmica emocional de todos os envolvidos. A separação gera angústias e incertezas, principalmente nos filhos que perdem, nesse instante, a sua principal referência e alicerce que são os pais. E esses ficam consumidos pelas dúvidas, de contar aos filhos, como dividir os bens, como estabelecer o sistema de visitas, como apresentar-se em público sozinho, a incerteza de ser capaz de ficar só, pelo menos durante um tempo.

As atribuições dos pais, ainda que separados, permanecem. O compromisso com os filhos permanece. A responsabilidade de todos pela qualidade da relação afetiva, mesmo que proporcional às idades, funções e hierarquias dos membros, permanece. O que se desfaz é o casal. São freqüentes os casos em que após a separação um dos genitores abandona o filho. A relação conjugal pode ser finita, mas a filial nunca acaba. Tradicionalmente, são as mães que ficam com a guarda do filho e comumente os pais são os que se afastam. 

Sabe-se da grande importância da presença do pai na vida do filho
O direito de convivência não é assegurado somente ao pai ou à mãe, é direito do próprio filho de com eles conviver, o que reforça os vínculos paterno e materno-filial. É direito de a criança manter contato com o genitor com o qual não convive cotidianamente, havendo o dever do pai de concretizar este direito.

O dano psíquico causado pelo abandono paterno é sujeito à indenização. Ainda que a falta de afetividade não seja indenizável, o reconhecimento do dano psicológico deve servir, no mínimo, para gerar o comprometimento do pai com o pleno e sadio desenvolvimento do filho. Não se trata de impor um valor ao amor, mas reconhecer que o afeto é um bem que tem valor.

Fica claro que os vínculos afetivos não devem ser rompidos, pois isto implicaria em um sofrimento maior para a criança ou o adolescente. Quando um casal se desfaz, vêm à tona as figuras maternas e paternas, pois se há um filho, é o papel parental que permanece. Mesmo separados, o pai e a mãe deverão exercer seus deveres e responsabilidades com o filho. 

Sabe-se que o divórcio é uma espécie de ruptura no sistema familiar, trazendo uma série de mudanças na estrutura e nos relacionamentos, tanto para o casal quanto para os filhos. Quando um divórcio acontece, pressupõe-se que já se esgotaram todas as possibilidades de convivência. Os conflitos não puderam ser resolvidos e as crianças, por menores que sejam, percebem o nível de tensão emocional entre os pais.
A separação exige uma mudança na maneira de funcionamento das famílias, provocando uma nova definição da vida familiar. Esse período é extremamente delicado e torna-se primordial um tempo considerável de reorganização.

Os pais precisam compreender que o término do vínculo a dois, apesar de ser difícil e delicado no começo, pode ser a garantia da qualidade das relações de convivência entre os familiares. Para isso, é importante dedicar o máximo de tempo às crianças durante o processo. Quanto melhor o casal souber lidar com suas diferenças e quanto mais seguros estiverem sobre suas decisões, estarão mais preparados para lidar com confiança nas questões dos filhos.

No momento da separação, é freqüente a dúvida dos pais em relação à atitude que devem tomar: contar ou não contar a verdade às crianças. A verdade é sempre o melhor caminho, é libertadora. Ela dá segurança, apóia e sustenta mesmo em um momento difícil como este.

 Conversar é o melhor remédio. São preciosos para os filhos todo o tempo e atenção que puderem ser dispensados a eles, com conversas francas e as explicações necessárias sobre tudo o que está acontecendo. É comum que as crianças tenham, nesses momentos, a sensação de perda e fiquem fragilizadas com a situação, devido à ausência de um dos pais em casa. Portanto, é necessário aumentar o nível de exigência da atenção de quem fica.

Independente do estágio em que ocorre o divórcio, se os filhos são bebês ou um pouco maiores, a mãe e o pai precisam ter e deixarem claro, sempre, que são os responsáveis pelos pequenos, ou seja, o papel dos pais não muda em nada com a separação.
É importante que os pais não fiquem disputando a preferência dos filhos, isso irá fazer com que eles os façam de reféns emocionais, o que impede que lhe dêem uma boa educação, pois educar é também impor limites.

Pensamento

Ao adotar a vida de valores e princípios das organizações, o indivíduo se afasta de si mesmo. Agir da forma que a sociedade espera é deixar de lado a autenticidade da existência. É não viver, é apenas existir. O ontem não mais volta. O amanhã desconhecemos, viva o hoje e o faça da melhor maneira que o torne feliz. -Carpe Diem.
Fonte: SERAFIM GODINHO - Autor: SERAFIM GODINHO - Rondoniaagora.com

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