terça-feira, 13 de janeiro de 2015

DEUS NOS FALA

Evangelho de Mateus 2, 1-12

O nosso Deus se revela a todos, porque é de todos.
O evangelista Mateus diz que Jesus nasceu em Belém, uma cidade pequena, porém, conhecida pelas Sagradas Escrituras. Ao chegar a Jerusalém em busca do recém-nascido, os magos pedem informações às autoridades locais. "Onde está o rei dos judeus recém-nascido? Com efeito, vimos a sua estrela no seu surgir e viemos homenageá-lo". A primeira reação é do rei Herodes, que ficou alarmado e, com ele, toda Jerusalém. A grande cidade se sente ameaçada pela pequena. O rei Herodes convoca as autoridades religiosas para obter informações mais detalhadas: “Convocando todos os chefes dos sacerdotes e os escribas do povo, procurou saber deles onde havia de nascer o Cristo.” Isto mostra aqui que o poder político se alia ao poder religioso.
A resposta dos sacerdotes e dos escribas foi imediata: “Belém, na Judeia... E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo”. Isso comprova que eles sabem tudo sobre a Palavra de Deus, mas não sabem procurá-la e reconhecê-la na vida deles. No entanto, os magos, que vêm de longe e são pagãos, buscam com toda a sabedoria deles o Verbo encarnado. A estrela que conduz os magos é considerada um símbolo messiânico, isto é, sinal providencial de Deus que guia o ser humano. Eles, tendo recebido a notícia que era Belém, a cidade onde nasceu Jesus, colocam-se rapidamente a caminho.
É interessante como o rei Herodes tenta se aliar também aos magos para tentar tirar qualquer ameaça ao seu poder. Isto significa que o ‘poder’ é sempre uma manipulação para obter interesses pessoais ou comunitários, em detrimento de um verdadeiro serviço aos outros. O medo é a máxima expressão de quem está perdendo algo de si.  Os magos, encontrando Jesus Menino com sua mãe, prostraram-se: “Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no; e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra”. Eles reconhecem na realidade que aquele menino é Deus.
O evangelista mostra também que os pagãos podem reconhecer Jesus, qual  Filho de Deus. Ser cristão não é exclusividade de uns, mas é para todos. Deus não faz distinção; Ele quer salvar a todos.
Em síntese, podemos concluir dizendo: os magos encontram Jesus, Herodes, não; Herodes diz querer adorar o Menino, mas são os magos que O adoram efetivamente; o justo José, que representa o verdadeiro Israel, e os magos, que representam os pagãos, acolhem o Menino. No entanto, Herodes e Jerusalém O rejeitam; os escribas de Jerusalém conhecem pelas Escrituras a vinda do Messias, mas somente os magos fazem a experiência direta; Herodes é o rei da Judeia, Jesus é o rei dos Judeus.
A essa altura, pergunto-te: despoja a sua mente e o seu coração de tantas coisas para deixar que a voz silenciosa de Deus possa entrar na sua vida? Essa voz que o envolve ajuda a discernir a ‘estrela’ que indica a presença de Deus na sua história? Uma história na busca de Deus leva a contemplar a essencialidade da sua vida, e fazer dela um dom único e precioso a serviço do Reino de Deus. Assim sendo, a sua vida se transforma; não é mais a mesma porque não é trancada no seu egoísmo, mas totalmente aberta ao Senhor. Uma nova criatura que renasce do alto, do Espírito Santo e contagia os outros. Uma nova vida.
Fonte: Claudio Pighin -  Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação
E-mail: clpighin@claudio-pighin.net



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