sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Um Amor Diferente

Vivemos uma época de muitas crises. Crise existencial e crise do amor. Na verdade, além de este sentimento estar ausente em nossos relacionamentos, a palavra amor vem sofrendo um desgaste em nossa língua. Hoje, dizer eu o amo  pode significar muitas coisas, menos amor. Infelizmente, poucos acreditam no amor como experiência afetiva presente na convivência humana.

Todavia, há um amor que ainda nos fascina e continua com o referencial para todos nós: o amor de mãe. Por suas características, singulares – doações, renúncia, perdão e sacrifício -, o amor materno é descritos pelos poetas como algo quase divino. Desta analogia, nasceu a idéia de que o “amor, só de mãe”, que procura definir a intensidade e a singularidade do amor materno.

Três qualidades estão presentes no amor materno como um referencial de afeto genuíno: a doação, a renúncia e o auto sacrifício.

Primeiro, a maternidade é uma demonstração eloqüente de que o amor e a doação estão intrinsecamente comprometidos. Todo filho deveria reconhecer que alguém deu muito de si mesma para que ele pudesse existir, a sua mãe. Doação é um conceito e uma experiência muito ausente em nossa cultura contemporânea.

A segunda qualidade inerente ao amor de mãe é a renúncia. É impossível amar de verdade, pensando apenas em si mesmo. Quantas mães abrem mão de seu tempo, de seu lazer, seus direitos, seus sonhos, em função dos filhos, da família e do lar. Vivemos hoje em uma época em que cada um pensa primeiro em si e como obter algum lucro por meio dos relacionamentos.  Por isso, o amor  de mãe é um paradigma ainda não quebrado em nossa sociedade tão egocêntrica.

Uma terceira característica do amor materno é a sua natureza sacrifical.  Aliás, se pensarmos bem, doação, renúncia e sacrifício são inseparáveis. Ao tomar-se mãe, a mulher põe sua vida em risco (e muitas jamais voltaram vivas após o parto). Há também o sacrifício das prioridades, da individualidade, dos desejos pessoais. Enfim, são muitos os sacrifícios na experiência de vida de uma mãe.

Como se não bastasse, o amor de mãe é também fonte de inspiração. Em meio a uma existência tão árida, carente de afeto e ternura, as mães se revelam como exemplo de amor. Elas nos inspiram reverência à vida, renúncia ao egoísmo e gratidão a Deus pelo dom da existência. Por isso, o amor de mãe, de tão singular, é um amor quase divino.

Fonte: Estevam Fernandes / Jornal Alto Madeira






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