terça-feira, 9 de setembro de 2014

O SAQUE DA PETROBRAS

Alvo de duas ações penais por corrupção e uma outra por destruição de documentos, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa denunciou à Polícia Federal e ao Ministério Publico a participação de três governadores, um ministro, seis senadores e pelo menos 25 deputados federais num esquema de recebimento de propinas subtraídas dos cofres da estatal. As revelações fazem parte de um acordo de delação premiada proposto por Costa para reduzir sua pena, o que ainda depende de aprovação do Supremo Tribunal Federal. Mas as informações já conhecidas, embora ainda carentes de comprovação, têm potencial para se transformar nem escândalo sem precedentes, com impacto direto na campanha eleitoral em andamento.

Conforme a denúncia, grandes empreiteiras do país formaram um cartel dentro da Petrobrás, pelo qual compartilham contratos  milionários e repassavam o equivalente a 3% de comissão aos políticos e a sues partidos - todos integrantes da base aliada do governo. Costa ocupou a diretoria de Abastecimento da estatal de 2004 a 2012 e foi preso por facilitar negócios com o doleiro Alberto Youssef, que também está na cadeia desde março último, sob a acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 10 bilhões em quatro anos, com ramificações na Petrobrás, no Ministério da Saúde e nos partidos políticos.

A roubalheira existe, não é invenção do marketing políticos destinados a causar prejuízos eleitorais aos denunciados. Foi descoberta pela Polícia Federal, a  partir de uma investigação de lavagem de dinheiro e evasão de divisas no paraná, que acabou se entendendo a outros Estados na chamada operação lava Jato. Lamentavelmente, confirma o saque à maior empresa estatal do país, que já vinha sofrendo desgastes por causas de má gestão e, principalmente, por causa do prejuízo de US$ 792 milhões decorrentes da equivocada compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos - operação que, segundo o delator, também envolveu pagamento de propinas.

Diante do novo escândalo justifica-se plenamente o pedido da oposição para que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga a Petrobras convoque o ex-diretor denunciante, a fim de que detalhe o nome dos beneficiários pelo esquema de corrupção, o que se recusou a fazer em depoimento anterior. Mais do que isso, é impositivo que o Supremo Tribunal Federal e o Supremo Tribunal Eleitoral também se pronunciem sobre a delação premiada e sobre os políticos suspeitos, pois a população brasileira precisa de respostas rápidas para eleger novos governantes e parlamentares.

Fonte: NOSSA OPINIÃO - Jornal O Estadão do Norte

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