segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Apenas a nação do futebol?

Álvaro Vieira Pinto escreveu: “Para a mentalidade ingênua, a não é coisa que “já existe”, e precisamente existe enquanto coisa. Está feita, sua realidade é completa, ainda que se admitindo que sofra modificações ao longo da história.

{...} Ora, o que a consciência crítica desvendará é justamente o oposto: é a minha atividade que torna possível a existência da nação. A nação não existe como fato, mas como projeto. Não é o que no presente a comunidade é, mas o que pretende ser, entendendo-se a palavra ‘presente’ em sentido literal, como ‘pretender’ antecipado ao para um Estado real {...} a comunidade  constituiu a nação ao pretender ser porque é assim que constitui no projeto de onde deriva a atividade criadora, o trabalho. A “nação resulta, pois, de um projeto da comunidade, posto em execução sob a forma de trabalho”. Suas palavras merecem ser lembradas.

É preciso deixar de ser ingênuo, arregaçar as mangas, construir a nação; ou melhor, nós precisamos. A responsabilidade é de cada um de nós, brasileiros. Não surgirá o salvador, tampouco devemos desejá-lo. Acreditar em um salvador é pensar que o atalho é sempre o melhor caminho. Por definição é tão somente o mais curto.

Em 1988, foi fundada a República Federativa do Brasil como um Estado democrático de direito. Estado de direito é aquele em que o poder político é limitado por normas jurídicas, não quaisquer normas, mas aquelas fundadas em valores supremos da comunidade de captados no momento constituinte:  a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade, a fraternidade e a justiça. Estado democrático, por sua vez, é aquele em que o titular do poder político - o povo - participa do seu exercício.

Nosso Estado democrático de direito possui fragilidades. Fala-se violação do princípio da separação dos poderes, coligações oportunistas etc. Essas fragilidades, contudo, demonstram que temos ajustes a fazer, que a pretensão ainda não se tornou um Estado real e que, talvez, o nosso projeto já tenha sido arquitetado. Pretendemos ser mais do que a nação do futebol, ainda que também pretendamos  sê-lo. Ao trabalho!

Fonte: Texto de Elisa Ustárroz – Professora Universitária / Jornal O Estadão do Norte


 Álvaro Vieira Pinto escreveu: “Para a mentalidade ingênua, a não é coisa que “já existe”, e precisamente existe enquanto coisa. Está feita, sua realidade é completa, ainda que se admitindo que sofra modificações ao longo da história.

{...} Ora, o que a consciência crítica desvendará é justamente o oposto: é a minha atividade que torna possível a existência da nação. A nação não existe como fato, mas como projeto. Não é o que no presente a comunidade é, mas o que pretende ser, entendendo-se a palavra ‘presente’ em sentido literal, como ‘pretender’ antecipado ao para um Estado real {...} a comunidade  constituiu a nação ao pretender ser porque é assim que constitui no projeto de onde deriva a atividade criadora, o trabalho. A “nação resulta, pois, de um projeto da comunidade, posto em execução sob a forma de trabalho”. Suas palavras merecem ser lembradas.

É preciso deixar de ser ingênuo, arregaçar as mangas, construir a nação; ou melhor, nós precisamos. A responsabilidade é de cada um de nós, brasileiros. Não surgirá o salvador, tampouco devemos desejá-lo. Acreditar em um salvador é pensar que o atalho é sempre o melhor caminho. Por definição é tão somente o mais curto.

Em 1988, foi fundada a República Federativa do Brasil como um Estado democrático de direito. Estado de direito é aquele em que o poder político é limitado por normas jurídicas, não quaisquer normas, mas aquelas fundadas em valores supremos da comunidade de captados no momento constituinte:  a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade, a fraternidade e a justiça. Estado democrático, por sua vez, é aquele em que o titular do poder político - o povo - participa do seu exercício.

Nosso Estado democrático de direito possui fragilidades. Fala-se violação do princípio da separação dos poderes, coligações oportunistas etc. Essas fragilidades, contudo, demonstram que temos ajustes a fazer, que a pretensão ainda não se tornou um Estado real e que, talvez, o nosso projeto já tenha sido arquitetado. Pretendemos ser mais do que a nação do futebol, ainda que também pretendamos  sê-lo. Ao trabalho!

Fonte: Texto de Elisa Ustárroz – Professora Universitária / Jornal O Estadão do Norte


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